Blick Bassy I Com novo álbum, o artista realiza uma turnê no Brasil

O cantor, compositor e escritor Blick Bassy, de Camarões, é um dos artistas que participará do C6 Fest que acontece nos dias 18 a 20 de maio no Rio de Janeiro e em São Paulo. Bassy lançará seu novo álbum, Madibá, no dia 26 de maio, com uma temática central sobre a água e suas diversas facetas. Com influências que vão desde música folclórica até artistas contemporâneos, Bassy aborda a importância da educação e da cultura como uma forma de reduzir o abismo entre pobres e ricos no Brasil e em Camarões.

Madiba: o novo álbum de Blick Bassy

Camarões e Brasil têm uma conexão musical única. Além de compartilharem a história da escravidão, os dois países também têm paixão pelo futebol e música. Entre os craques da música camaronesa está o cantor, compositor e escritor Blick Bassy, que retorna ao Brasil em maio como parte do elenco do C6 Fest em São Paulo e Rio de Janeiro, ao lado de Christine & the Queens. Seu quarto álbum, Madibá, com lançamento marcado para 26 de maio, é cantado na língua Baasa, um dos 250 dialetos do país. Depois de dois albuns lançados na gravadora No Format!, Bassy escolheu o label de musica eletronica, Infiné para o seu quarto disco. O tema central do álbum é a água, ou a iminente falta dela, em formato de fábulas com arranjos ornamentais de sopros, texturas de sintetizadores e guitarras delicadas.

Blick Bassy: a conexão musical entre Camarões e Brasil

Blick Bassy, nascido em 1974 na vila de Mintaba, no país de Baasa, sudoeste de Camarões, tem uma música que traz um mix equilibrado entre música folclórica e contemporânea, trazendo influências de artistas como Marvin Gaye, James Blake, David Bowie, Prince e Jeff Buckley. Ele também se inspira em artistas camaroneses como Eboa Lotin e Émile Kangue. Além disso, a música eletrônica é uma constante em seu trabalho. Ao longo de sua carreira, Blick lançou três álbuns solo e fez collabs com artistas pop como Disclosure e Lenine.

Em sua música, Blick explora a raiz da escravidão e os vínculos entre a África e o Brasil através da geografia da escravidão. Para isso, gravou seu segundo álbum, Hongo Calling, no Rio de Janeiro, onde trabalhou com artistas brasileiros, como Lenine. O cantor acredita que a educação e a cultura são formas de diminuir o enorme abismo entre pobres e ricos, que é comum nos dois países. Para ele, a carreira foi construída a partir da educação que recebeu de seus pais, que lhe ensinaram tanto a educação formal quanto o conhecimento adquirido nas aldeias com os povos mais velhos.

Blick Bassy tem uma conexão especial com o Brasil. Ele declarou em uma entrevista que se sente atraído pela raiz da escravidão e pelo ritmo tradicional do jongo. Ele se sente feliz por ter conseguido trabalhar com artistas brasileiros, especialmente com Lenine. Blick acredita que, assim como na música, há uma conexão entre Camarões e Brasil nas raízes da escravidão e na musicalidade, e que essa conexão pode ser explorada e ampliada através da cultura e da educação.