David Walters I Um novo álbum de soul tropical
O multi-instrumentista, compositor, DJ e apresentador de televisão, David Walters lança seu novo álbum, Soul Tropical no selo do produtor GUTS, Heavenly Sweetness. Esse projeto reune as influenças afro-descendante, latina e europeia desse artista único.
David Walters, um explorador musical
A careira de David Walters começa em 2006, com um primeiro álbum, Awa. Lançado pela gravadora Ya Basta!, esse projeto é aclamado pela imprensa especializada. A cover da oração escrita pelo guitarrista haïtiano Frantz Casseus, ‘Mèsi Bondyé’ vira um sucesso. Três anos depois, o cantor divulga Home. Neste álbum ele colabora com artistas mais conhecidos da cena musical francesa, tal como Arthur H e Asa. Em 2011, ele integra o canal francês, Canal +, para apresentar uma emissora de viagens, chamada Les Nouveaux Explorateurs. Esse trabalho lhe permite de viajar ao redor do mundo, e mais especialmente na Africa, na America do Sul e na Asia. Essa experiência global é a fonte de inspiração do seu primeiro EP, Never Stop Exploring. Depois, ele participa do projeto Nola is Calling, que pretende criar um ponte entre Nova Orleans e a raízes africanas da cidade.
A crioulidade como antropofagismo artístico
Em 2020, o cantor de origem caribenha volta pelo estúdio e divulga o lindo álbum Soleil Kréyol. No disco, se encontra colaborações com Ibrahim Maalouf, Seun Kuti, Celia Wa e Vincent Ségal. Um ano depois, ele se junta de novo com o celista, o músico de corá Ballaké Sissoko e o percussionisa caribeno Roger Raspail para compor o projeto Nocturne. Lançou um pouco depois um versão remixada do álbum com participação de Henrick Schwartz, Batida, Voilaaa Soundsistem, Folamour e Synapson.
O percurso de vida de David Walters se encontra na música dele. De origem das Antilhas francesas, ele celebra a crioulidade da região. A sua identidade artistica é o fruto dos seus encontros, das suas viagens e das suas raízes. Assim, dá pra achar um pouco de zouk, de gwoka, de música mandingue mas também as influências brasileiras e norte-americanas. É um pot-pourri, que faz relembrar o movimento tropicalia brasileiro, onde se encontrava uma variedade de influências musicais. Esse movimento artistico, fruto do antropofagismo cultural que fundou a identidade brasileira tem muito a ver com a identidade crioula dos caribes franceses. Assim, não é por acaso que David Walters gosta tanto da música brasileira e já colaborou com Flavia Coelho ou Luizga.
Um novo álbum de soul tropicalia
Nas 13 faixas de sua nova obra, David Walters chamou o seu amigo e o produtor francês Guts. ‘Fiquei honrado pela chuva de estrelas que ele jogou sobre o meu álbum’. Ele também chamou seus antigos companheiros: o percussionista Roger Raspail, o celista Vincent Ségal e o tocador de corá Ballaké Sissoko. Para completar, ele convidou grandes cantores como o trinitário Anthony Joseph, a rapper cubano La Reyna e a cantora brasileira Flavia Coelho. Finalmente, tudo foi masterizado em Los Angeles no estúdio do famoso produtor americano Captain Planet. ‘Ele é o único produtor que eu conheço que trabalha de pé. De fato, ele dança dez horas por dia.’
Sem dúvida, o público vai dançar tanto quanto ouvir o resultado!
Apesar de um planning lotado, David Walters tomou o tempo para fazer uma playlist exclusiva para What The France na qual reuniu algumas de suas faixas favoritas ‘produzidas na França’, incluindo músicas interpretadas por Luizga & Izem, Guts & Brenda Navarrete, Voilaaa, Lass & Synapson, Pat Kalla, Djeuhdjoah & Lieutenant Nicholson, Flavia Coelho, Ballaké Sissoko & Vincent Ségal, Max Cilla, Roger Raspail & DAO, Bonga, K. O.G & Aroop Roy, Souleance, Celia Wa, Bonbon Vodou & Danyèl Waro & Piers Faccini ou Pierre-Edouard Décimus & Patrick Saint-Eloi.