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Sep 21, 2021

E.VAX | Um álbum de estreia auto-intitulado

Na penúltima faixa do álbum de estreia de E.vax, auto-intitulado, na canção “Koko“, ouve-se uma voz tímida e vulnerável a dizer a seguinte frase: “I want to know how to get along with people, how to deal with people.” trad (Quero saber como me dar bem com as pessoas, como lidar com as pessoas). Poderia ser lido como uma espécie de confissão. De quem é a voz? De ninguém. A voz não canta, mas sim recita um poema. Então, quem é esta voz? No sentido literal, é a voz de uma mulher gravada numa conversa privada. Ela está a falar numa nova língua. Espiritualmente falando, é um fragmento da aspiração de uma pessoa. O álbum de E.vax, lançado a 17 de Setembro na editora francesa Because Music, contém muitos momentos semelhantes com diálogo explicativo e passagens fantasmagóricas que são tão desorientadoras como também emocionantes. 

 

Como membro do duo Ratatat, E.vax aka Evan Mast alcançou uma larga audiência nos últimos dez anos com a sua música rock e electrónica. Para a sua estreia a solo, Mast aproveitou os seus instintos musicais mais silenciosos e canalizou-os. Quando a sua guitarra soa, ele consegue, de forma brilhante, revelar momentos isolados sobre a base da bateria. Por vezes a música evolui ainda mais, mesmo se geralmente existe uma intensidade e urgência particular.

Para além do seu envolvimento com Ratatat, Mast também colaborou com outros artistas, escrevendo batidas para vários rappers e cantores. Passou algum tempo com Kanye West no Wyoming, produzindo a faixa ‘Selah‘ para o seu álbum Jesus is King. Outro exemplo é o cativante “Reborn” no álbum conjunto de Kanye e Kid Cudi, Kids see ghosts. Esta actividade fora do universo de Ratatat acabou por funcionar como ponte para a estreia a solo de Mast. “A música colaborativa deu-me novas perspectivas. Pude acompanhar os processos criativos de outros músicos e agora tenho uma perspectiva completamente diferente sobre a minha própria música”.

O processo criativo para este álbum a solo foi menos exigente do que o habitual. Mast gravou tanto em casa como na galeria de arte de um amigo no estado do Montana durante a pandemia. A falta de experiência e o isolamento social facilitaram-lhe o trabalho. Tocando as canções à velocidade errada e deixando as melodias assentarem durante muito tempo, antes de voltar a improvisar sobre elas. Ele quase se perdeu na música. “Eu costumava estar muito mais estruturado. Muito deste álbum surgiu porque coloquei a minha cabeça em modo de espera. Muitas vezes, a cabeça impede-nos de arranjar algo sincero”, acrescenta o músico.

O projecto E.vax começou há vinte anos na universidade. Foi lá que tocou com o seus primeiros softwares áudio, utilizou um sintetizador e gravou com um de quatro faixas. Mast esperava reproduzir os momentos melódicos que só conseguia encontrar em pequenas partes nos álbuns dos seus músicos electrónicos favoritos. “O material inicial de E.Vax foi uma reacção a essa descoberta, eu queria mais melodias nesse género”, diz ele. O passo seguinte era simplesmente aprender a programar música num computador. “Quando vi que se podia fazer música no computador, abriu-se de repente um mundo de possibilidades para mim. Vinte anos mais tarde, continua fascinado como sempre e continua a compor com paixão, embora as possibilidades se tenham tornado muito mais numerosas no seu processo criativo.

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