Gainsbourg’s Got Class(ique)

A 2 de Abril de 2021, ele teria 93 anos de idade. O falecido Serge Gainsbourg (2 de Abril de 1928 – 2 de Março de 1991) já não se apresenta; o seu trabalho, por outro lado, contém muitas referências que merecem ser novamente partilhadas.

Influenciado pela música clássica desde a sua infância, começou a aprender piano com o seu pai, Joseph, quando ainda não tinha cinco anos de idade. Não admira que muitas das suas peças ao longo da sua carreira tenham sido emprestadas do repertório clássico, como podem ver na nossa playlist “Gainsbourg’s got class(ique)” onde alternamos entre as suas obras e as suas versões clássicas.

A canção que ganhou o Concurso Eurovisão da Canção em 1965, “Poupée de cire, poupée de son”, que Serge Gainsbourg compôs para a France Gall, foi claramente inspirada no “Sonate pour piano n°1” de Ludwig Van Beethoven. Ele utilizará novamente o repertório de Beethoven para compor “Ma Lou Marilou”, reciclando parte da “Sonata Piano n°23”.

Em 1968, encontramos na sua homenagem a Brigitte Bardot, “Iniciais B.B”, os acordes da “Sinfonia do Novo Mundo” de Antonin, alias “Symphony N°9” Dvořák. Chopin será também chamado em 1969, é o seu “Prelúdio para piano N°4 em E menor” que será a base da canção “Jane B” que Serge assina para a sua amada Jane Birkin, depois voltará a montar ao palco, inspirado pelo “Etude em F menor N°10” para oferecer “Dépression au-dessus du jardin a Catherine Deneuve. Em 1984, não hesitou em revisitar “Etude N°3 Op.10” do mesmo Chopin em “Lemon Incest“, antes de abordar “Andantino para piano N°5” de Aram Khatchaturian para moldar o seu dueto com a sua filha Charlotte em “Charlotte Forever”

Para a sua canção “My Lady Heroine”, o nosso “homme à la tête de chou” procurará desta vez inspiração na obra “On a Persian Market” do britânico Albert Ketèlbey. Podemos também mencionar o seu sucesso “Baby alone in Babylon” que é uma adaptação do “3º movimento da sinfonia N°3” de Brahms ou “Lost song” baseado em “Peer Gynt, Op.23 No.19″. Song of Solveig” de Edvard Grieg, duas obras tornadas famosas pela interpretação de Jane Birkin.