Petit Biscuit | Entrevista para What the France!

Depois do sucesso do seu último álbum Parachute, lançado em Novembro, quisemos saber mais sobre Mehdi Benjelloun, alias Petit Biscuit. Ele aceitou de responder às nossas perguntas durante este tempo de confinamento e contar-nos um pouco mais sobre a sua vida do dia a dia. Descubra aqui a entrevista do electro-prodígio de Rouen.

Como começaste a fazer música, e o que te inspira hoje?

Eu era muito pequeno quando perguntei à minha mãe se podia começar a tocar violoncelo. A partir daí, pratiquei piano, guitarra e muitos outros instrumentos. A produção baseada em computador foi na realidade a fase final da minha descoberta da música! Tento compensar o que não sei sobre teoria musical, sendo apaixonado por produzir e escrever música, e penso que é isso que importa agora.

No ano passado, deste a volta ao mundo com a tua guitarra, teclado e todas as outras coisas que utilizas para criar a tua música. Passaste um mês na Islândia e um mês na Califórnia, por exemplo. Podes dizer-nos mais sobre esta experiência?

Tudo começou em 2019, eu precisava de fazer uma verdadeira pausa da digressão e de tudo o resto. A Islândia era a melhor maneira de se sentir sozinho, no meio do nada. E depois os Estados Unidos! Em Los Angeles era muito diferente. Tenho lá muitos amigos. Eu queria ter boas experiências e ao mesmo tempo manter-me concentrado no processo criativo da minha música.

Podemos encontrar vídeos destas viagens no teu canal Youtube. Mostras-nos o teu estúdio, como passas o teu dia, como saltas de pára-quedas, como conheces novas pessoas, podemos ver belas paisagens… O que te levou a querer fazer estes vídeos?

Eu queria fugir, mas também queria manter uma ligação com o meu público de todo o mundo. Pareceu natural pedir aos meus dois amigos Jonathan Bertin & Baptiste Cornu que me acompanhassem e documentassem a nossa estadia no estrangeiro. De certa forma, tornou a viagem um pouco menos espontânea, porque tivemos de planear os vídeos, mas no final, penso que me ajudou a concentrar nos objectivos dos meus dias, trabalhando na minha música enquanto os meus amigos trabalhavam no conteúdo.

Julgas que, como jovem artista de renome internacional, tens uma influência na tua audiência que deves usar, como no teu vídeo “Let’s protect our planet” ?

Claro! Não sei o quanto grande é a minha influência, mas tenho muitos seguidores nas redes sociais. Penso que é muito importante utilizar estas plataformas para informar sobre as realidades do nosso mundo, e as coisas que mais me interessam – e neste momento sinto que tomar medidas em prol do ambiente é o mais importante. Posso não ser o ser humano mais perfeito, e por vezes pergunto-me se não será correcto para mim falar sobre isso? Mas depois digo a mim próprio que cada pequena coisa conta e que tentar sensibilizar por todos os meios é melhor do que não fazer nada.

Sentes saudades do palco neste período de Covid? Como te manténs em contacto com o teu público?

Claro que sinto falta de uma digressão e espero poder partilhar o álbum ao vivo em frente de uma audiência nos próximos meses. É difícil manter o contacto com o meu público, porque tudo passa pelas redes sociais, e a nossa atitude com as plataformas muda todos os dias. Para o lançamento do álbum, fiz uma festa de audição no Twitch e no YouTube, as pessoas foram muito receptivas e foi realmente bom ver as suas reacções ao vivo. Também trouxemos alguns amigos para o chat, como Diplo ou Shallou.

Qual é a mensagem por detrás do teu novo álbum?

Parachute é um álbum que tentei encarnar o máximo possível. Passa por muitos estilos diferentes, mas sinto que é a minha voz que liga tudo isto. Queria partilhar experiências pessoais, sendo “Parachute” a minha visão pessoal de como eu vejo a guerra, o amor e a morte. É uma longa introspecção sobre mim.

Obrigado Petit Biscuit pelas tuas respostas!